MARIA BARACHO DA CUNHA,
DE SANTANA DO MATOS E RADICADA NA CIDADE DE MOSSORÓ, DONA DO RESTAURANTE DA BARACHA,
UNS DOS MELHORES DE MOSSORÓ
MARIA BARACHO DA CUNHA,
DE SANTANA DO MATOS E RADICADA NA CIDADE DE MOSSORÓ, DONA DO RESTAURANTE DA BARACHA,
UNS DOS MELHORES DE MOSSORÓ
Nascida em Santana do Matos/RN no dia 24 de setembro de 1950,
Maria Baracho, a filha caçula de João Rodrigues Baracho e Joana Senhorinha de
Jesus (falecidos), teve uma trajetória de vida de dificuldades, como a maioria
dos nordestinos, mas também de superação, através da fé, dos bons sentimentos e
da solidariedade nos momentos essenciais. Sua família morava em terras do
ex-senador Garibaldi Alves, irmão do ex-governador Aluízio Alves e pai do atual
senador Garibaldi Filho, no município de Pedro Avelino. Muitas vezes, para
alimentar a família de sete filhos, dona Senhorinha cozinhava cardeiro, a fruta
do mandacaru, alimento destinado ao gado. Em 1958, na grande seca, vieram todos
para cidade. Sobreviviam com a feirinha dos programas de emergência, além da mãe
também fazer faxina nas casas das famílias com mais recursos. Quando Baracho
tinha doze anos perdeu o pai, e a situação ficou ainda pior. Ela havia estudado
apenas até a carta do ABC. Assim como os irmãos, não teve oportunidade de
frequentar os bancos escolares. Vendo a situação difícil da família, Pedro
Celestino, irmão de Senhorinha, a chamou para morar em sua fazenda, no distrito
de Barrocas, município de Alto do Rodrigues. O acordo foi de ‘terceira’, ou
seja, de toda a produção de algodão a família de Baracho ficava com a terça
parte. Mas podiam consumir aquilo que plantassem ou criassem.
A TRAJETÓRIA DE UMA VIDA A DOIS
Foi justamente com um filho de Pedro Celestino que Baracho
veio a se casar no ano de 1971, com o qual namorava desde logo que havia
chegado por aquelas terras. Seu primo Miguel Pedro da Cunha se tornou um
companheiro de vida e de lutas, até os dias de hoje. Viveram logo em terras da
família plantando feijão, milho, melancia e melão. Em 1973, foram morar na
cidade do Alto do Rodrigues, onde adquiriram um quiosque perto do mercado
público, época em que o município começava a receber os investimentos na área
de exploração de petróleo. Miguel matava e vendia criação, enquanto Baracho
fazia o quiosque funcionar. Nasceram os dois primeiros filhos do casal: José
Maria, que hoje trabalha em empresa prestadora de serviços para Petrobrás e tem
quatro filhos; e Maria Joseneide (foto), companheira da mãe no restaurante, mãe
de uma filha. Neste momento decidiram que era hora de buscar em Mossoró novas
oportunidades de trabalho para Miguel, e realizar um sonho de Baracho de morar
em uma cidade maior. Chegando aqui, Miguel logo foi trabalhar moendo gesso em
uma fábrica, serviço duro que o deixou com sinusite e problemas respiratórios.
Após dois anos e meio, entrou na fábrica Guararapes, onde Baracho já trabalhava
no setor de costuras. Aqui nasceu Janaina, comerciária que deu dois netos ao
casal, e Shirlana Lucia, atendente em clínica de fisioterapia mãe de um filho.
Estas duas atualmente morando com os pais, assim como cinco dos oito netos, na
rua Nilo Peçanha, Bom Jardim. O único irmão vivo de Baracho, portador do Mal de
Parkson, também mora nesta casa, sob o seu cuidado e dos generosos sobrinhos.
Baracho ficou até 1981 na Guararapes. Miguel ficou até o ano seguinte, quando a
fábrica fechou de vez. “O que ganhávamos só dava para a alimentação. A sorte é
que quando viemos do Alto do Rodrigues a venda da casa de lá deu para comprar a
daqui”, conta. Com o dinheiro que recebeu da demissão, Baracho comprou um ponto
no Mercado do Bom Jardim, dando 50% e combinando com o proprietário, seu
Antônio, de pagar o restante com o apurado.
MARIA BARACHO DA CUNHA, DE SANTANA DO MATOS E RADICADA NA CIDADE DE MOSSORÓ, DONA DO RESTAURANTE DA BARACHA, UNS DOS MELHORES DE MOSSORÓ